A sociedade hiperconectada faz com que as pessoas nunca descansem de verdade
O crescente número de casos da Síndrome de Burnout reportados a cada ano é um reflexo das complexas pressões enfrentadas pela sociedade contemporânea. Segundo um estudo realizado pela International Stress Management Association (Isma), em 2022, é revelado que cerca de 30% da população brasileira sofre da Síndrome de Burnout, sendo superada apenas pelo Japão, com 70% da população afetada. Entre os mais afetados por esse fenômeno, encontram-se as pessoas que fazem parte da famosa “Geração Z”, pessoas nascidas entre 1995 e 2010.
O que é a Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout, ou também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional que apresenta sintomas como exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. Normalmente a síndrome é relacionada a situações de trabalho que são muito desgastantes, como competitividade acirrada no ambiente de trabalho, excesso de demandas, sobrecarga de responsabilidades, entre outras.
As profissões mais afetadas pela Síndrome de Burnout são aquelas voltadas para a área da saúde, professores, jornalistas e policiais.
Como funciona a Geração Z?
A Geração Z é formada por pessoas que nasceram entre 1995 e 2010; são pessoas que já nasceram em um mundo mais conectado e com mais possibilidades por conta da popularização da internet. Isso faz com que essas pessoas desenvolvam um comportamento de hiperconectividade, ou seja, nunca estão realmente fora da web, o tempo todo estão com o smartphone na mão, seja para ver as redes sociais, escrever posts, gravar vídeos, etc.
Aliado à hiperconectividade, a Geração Z é marcada pela necessidade de transparência com a verdade, já que hoje é muito mais fácil detectar mentiras e fake news na web; as pessoas da Geração Z transportam esse sentimento para dentro do ambiente familiar e também do trabalho.
E por que a Geração Z sofre tanto com Burnout?
As causas do Burnout na Geração Z são atribuídas a diversos fatores. O primeiro e o mais impactante é a pressão para alcançar o sucesso e a independência desde cedo. Essa pressão, aliada a fatores econômicos do Brasil como a alta dos preços de aluguéis, mercado e baixos salários, por si só já causa uma forte sensação de sobrecarga. A natureza instantânea das redes sociais também é outro fator para o sentimento de nunca estar desconectado do trabalho ou das responsabilidades. Por fim, modelos de trabalho pouco flexíveis também ajudam no sentimento de sobrecarga, especialmente vinculado aos horários de entrada e saída, o tempo que leva para chegar ao trabalho, seja por transporte público ou veículo próprio.
Já é observado que muitas pessoas da Geração Z relacionam Síndrome de Burnout e aposentadoria integral, já que estão mais próximas e convivem diretamente com relatos de quem já sofreu esse distúrbio. Essas pessoas procuram praticar o autocuidado desde cedo para poder se preparar para enfrentar os desafios profissionais ao longo de suas carreiras, minimizando o risco de exaustão crônica e aumentando suas chances de aposentadoria integral.
